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Foto do escritorMichele Pocione

Isaac Newton, a maça e a natureza efêmera do desconforto

Será que precisamos passar por sofrimento e dor para aprender alguma coisa?


Há um tempo atrás, algo interessante aconteceu na hora do meu almoço, enquanto eu fazia as unhas.

Uma mulher ao meu lado estava contando para salão reclamando sobre um presente que ela recebeu no Natal e odiou.


"É um absurdo a pessoa me dar isso. Qual a consideração que a pessoa teve, nenhuma. Eu não pude nem ir trocar. Eu tô com aquele troço lá em casa. Ai que horror" e bla bla bla por uns 30 minutos. Ela está há pelo menos 15 dias pensando no presente que ela não gostou.

Eu fiquei imaginando a mulher se arrumando pro Natal, escolhendo a roupa e pensando em todos os presentes que ia receber, o que ia fazer com eles, onde colocar, como ela ia agradecer cada uma dessas pessoas…


E aí, pega a caixa e na hora que abre, puf, era um bibelô de um golfinho amarelo de biscuit. Imagino até a cara de espanto quanto ela viu que a expectativa que ela tinha criado nada tinha a ver com a realidade que estava ali, na frente dela, dentro da caixa.


Agora vamos voltar sei lá quantos anos atrás e vamos pensar em Isaac Newton. Diz a lenda que ele estava sentadinho debaixo de uma árvore quando puf, uma maça caiu na cabeça dele. Eu gosto de pensar que aquilo doeu.

Mas o que Isaac Newton fez? Ele ficou puto da vida, falando: "Mas que m$&a! Eu parei aqui pra dar uma descansadinha depois do almoço e esta porcaria de maça foi cair logo na minha cabeça? Olha quanto espaço tem aqui pra essa maça cair em mim!!!" Nãaao, ele foi lá e inventou a Teoria da Gravidade que revolucionou a ciência na época.



E o que Isaac Newton e a moça do salão de beleza tem em comum? A mesma porcaria que a gente faz sempre que acontece alguma coisa e a gente fica lamentando: não aceitamos o presente que o universo está mandando pra gente!


Quando uma situação que parece ruim, chatinha, incômoda acontece, a gente fica se lamentando loucamente. E tem vários motivos pra gente se sentir assim, mas o principal deles é que a gente cria uma expectativa, igualzinho a mulher do presente, de que algo tinha que acontecer de uma certa forma e quando não acontece dessa certa forma, a gente se sente frustrado, vem a lamentação, a angústia e a reclamação por 15 dias consecutivos.

E o que você pode começar a fazer para não deixar que essa angústia de domine?


"Na próxima vez que uma maçã cair na sua cabeça, você levar um fora de alguma pessoa, você bater o carro ou até mesmo perder o emprego, enfim, a próxima vez que alguma coisa que você acha que é uma ruim acontecer comece a olhar pra isso como um presente do universo."


Mesmo que ele pareça um presente embrulhado com um papel pardo e feio, este foi um presente que o universo está te mandando e tente entender o que pode estar por trás dele. Por trás de todos os nossos problemas existe alguma coisa boa para ser aprendida. É sempre uma oportunidade para alguma coisa, seja um aprendizado, seja algo novo que esteja surgindo e que seja melhor.


Comece a encarar essas situações como um desconforto efêmero, porque ele é! Quantas outras vezes você passou por situações ruins e você as superou? Você passou por inúmeros piores dias da sua vida até hoje e olhe só: você está vivo e está bem! O desconforto só é do tamanho que nós damos para ele e acredite que ele é transitório.


Não seja a mulher do salão reclamando há 15 dias que alguém deu um presente que não foi legal, porque no final das contas, o presente continua com ela. Então é uma opção ficar com o presente e reclamar ou ficar com o presente sem a reclamação.


A dor é inevitável, mas permitir que isso te afaste da sua sabedoria é opcional!

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